Noitando Ausências
Glênio Fagundes
Olha um canto da parede
E vejo o suave esboço de uma flor sem dono
No outro canto vejo a palavra rosa solita sem flor
E na minha solidão de ausências
Cheguei a chamar de rosa a flor sem nome
Passei a noite guitarreando um sonho
Buscando em mim o que sobrou de ti
Noitando ausências esquilando penas
Velando um tempo que não quis assim
Dando ares de um esboço entristecido
Sobre um canto de galpão plantado
Vai florescendo pelo rastro antigo
A guitarra do xiru calado
Olhar perdido num tição maneado
Oculta os outros o que mais lhe sente
Pra disfarçar na distração presente
Esta preguiça que lhe trás cansado
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