Eu Também Sou de Lá
Vieira e Vieirinha
Cartório da minha terra não faz divórcio
Casamento duas vez ai, ninguém tem gosto
Porque a vergonha do homem da minha terra
É igual uma brasa viva que queima o rosto
Se um homem é traído na minha terra
Mulher não vive com outro, pelo contrário
A bala do trinta e oito faz o desquite
Depois o cartório o inventário
Eu também sou assim
Eu também sou de lá
Minha cama é de casal
Nela outro homem não vai deitá
O homem da minha terra não é covarde
Ele morre, mas ele sustenta o que ele fala
Se a muié trai o marido o tempo esquenta
O sangue ferve na veia e sobe bala
E quando o sujeito bebe é porque gosta
Não é pra esquecê desprezo nem traição
Não é preciso bebida pra curar mágoa
Lá na minha terra não tem perdão
Eu também sou assim
Eu também sou de lá
Minha cama é eu quem deito
E pra outro homem não tem lugá
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