Legado Sertanejo
Sérgio Reis
Beira de um século a sua idade
Cabeça branca corpo encurvado
Carreiro velho sente saudade
Da sua vida e do seu gado
Já bem velhinho ele delira
E volta a ser o que já foi
Quem está perto se admira
Pois ele grita o nome de seus bois
E vai puxando chavante
E vai puxando engomado
Carrega diamante
Vai rompendo pintado
Vai pachó e manacá
Navegante e caprichoso
Vai rochedo e carinhoso
Vai sereno e jatobá
Carreiro velho o seu passado
É sempre vivo em sua mente
Suas histórias são um legado
Enraizado em nossa gente
Ao pé do fogo ele ajunta
Ao seu redor a meninada
E conta alegre a quem pergunta
Os seus encontros com as pintadas
Ele não cansa quem o escuta
É pitoresco esse seu jeito
A sua vida foi dura luta
E hoje é joia dentro do peito
Criou caminhos pelo sertão
E passo a passo cruzou lonjuras
Tem tanta história prende atenção
Parecem lendas as suas aventuras
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