Menino Folgazão
Cezar e Paulinho
Certa vez, era uma vez
Um menino folgazão
Calça curta, unhas compridas
Cara suja, pés no chão
Coração tão inocente
Palpitante de alegria
Frequentava a escolinha
O bê-a-bá aprendia
Belém, Belém, Belém
Logo que o sino tocava
Saía da escola
E pela rua disparava
Mamãe, já vou brincar
Em pensamento avisava
Somente à tardinha
Para casa retornava
À noite o luar tão lindo
Já cansado de brincar
De bobinho, cobra-cega
Pega-pega e de salvar
Sentava para ouvir histórias
Dos mais velhos a contar
De papagaio encantado
E outras de arrepiar
Não dormia mais sozinho
Por causa do pesadelo
Um calafrio no corpo
Arrepiava os cabelos
Rezava a noite inteirinha
Luz acesa, ai que medo
E o sabido corajoso
Levantava logo cedo
Jogava bola de meia
De gude e de capotão
Empinava papagaio
E rodava seu pião
Caçava de estilingue
Arapuca e alçapão
Ia nadar no corguinho
No cavalinho alazão
Belém, hoje Belém
Choro ao ouvir o sino
Porque meu filho não tem
Meus brinquedos de menino
Belém, hoje Belém
Choro ao ouvir o sino
Porque meu filho não tem
Meus brinquedos de menino
Quem sabe, um dia apareça
Um cara suja, pés no chão
Que iluminado por Deus
Modifique esta nação
Sem trair a esperança
De um povo humilde, cristão
Rosto e coração risonho
Que faça da vida um sonho
Livre de preocupação
Rosto e coração risonho
Que faça da vida um sonho
Livre de preocupação
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